Sempre acreditei que abençoados são os pais que tem filhos especiais. Acho que somos escolhidos a dedo! Sim porque com eles temos muito o que aprender e a ensinar.
Mesmo sendo um grande desafio é um momento único para nos tornarmos seres humanos melhores! Eu acredito nisso!
Meu filho hoje tem 6 anos. Ele nasceu com uma perda auditiva profunda bilateral, ou seja, surdo!
Criei esse espaço para ser o meu lugar de desabafo. Aqui compartilharei meus desafios, conquistas e também espero ajudar outras mães que tenham filhos surdo como eu ou qualquer outra deficiência.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Curso de Libras




Bom dia!

Estou decidida a aprender Libras.
 Venho conversando com a Dra Cilmara sobre isso e acho que o momento é agora.
Como eu já escrevi aqui, eu quero dar ao meu filho todo suporte para ele seja uma criança feliz e futuramente um adulto realizado.

Eu quero que ele seja oralizado, afinal estamos em uma sociedade de ouvintes, mas eu não quero e não posso esquecer que mesmo o Gui falando e/ou ouvindo, seja com o aparelho, seja com um implante (ainda é cedo para termos certeza de qual caminho vamos trilhar) ele nunca deixará de ser SURDO. Isso é fato! Eu quero aprender e quero que ele aprenda Libras independente se ele vai falar ou não ou se ele vai ouvir ou não.
Futuramente ele vai decidir a forma que ele vai querer se comunicar e o que ele escolher eu o apoiarei.
Eu só quero dar todas as opções para ele.

Eu vejo que entre os surdos tem muita discussão sobre isso.
Tem muitos surdos que são completamente contra a oralização, ao uso de aparelho e sobre o implante então nem se fala!

Não quero entrar nesse mérito, sou contra qualquer radicalismo e  penso que se a medicina está aí ao nosso favor, porque não aproveitar?
Uma coisa eu percebi: Não existe o certo ou o errado, o que existe é experimentar, viver todas as oportunidades intensamente.

Ainda tenho muitas dúvidas em relação a muitas coisas, mas também sei que só a vivência e minha intuição de mãe é que vai me guiar.

Vou aprender Libras sim e futuramente quero que todos aqui em casa aprendam.

Agora estou atrás de onde aprender.... Quarta que vem (dia 30), é dia da terapia do Gui e quero abordar mais profundamente esse assunto com a Cilmara, mas ela é totalmente a favor.

Ontem falei com ela rapidamente no telefone e ela me indicou a Sueli Ramalho . Até mandei um email para ela no qual ela me respondeu algumas horas depois.
Vamos ver se consigo fazer o curso com ela e assim que eu conseguir descobrir onde fazer eu volto para contar.



Quero colocar aqui um pouquinho da história da Sueli Ramalho porque independente se eu fizer ou não o curso com ela, vale a pena conhecer a sua história. Pretendo conhece-la pessoalmente:



 Sueli Ramalho Segala (Rio de Janeiro, 1964) é uma atriz, escritora, professora de línguas e intérprete brasileira. Coordena o Departamento de LIBRAS numa universidade em São Paulo, no Brasil, faz trabalhos de intérprete em fóruns de congressos. É surda e poliglota em 32 línguas de sinais.





Infância


Sueli nasceu no seio de uma família de surdos (mais de 30 pessoas da família, quer paterna, quer materna, são surdos). É surda de perda bilateral profunda, de nascença.


Quando criança achava que o mundo era deficiente, em oposição à sua própria casa, onde todos eram normais. Sendo a Libras a sua língua materna, na rua, ficava com dó das outras crianças, pois elas não falavam com as mãos. Os pais lhe diziam: não falam com as mãos porque ouvem (apontavam para o ouvido), mas Sueli achava (como é comum a crianças com surdez profunda de nascença) que ouvido não tinha função a não ser a de pendurar o brinco, pois o surdo profundo não entende o conceito de som, sendo que apenas sente vibrações. Ensinava às amigas o alfabeto de sinais, para poderem se entender. Assim aprendeu que todas as coisas têm nome (para os surdos, todas as coisas têm um sinal, ou nome gestual).


Os pais, que trabalhavam numa Associação de Surdos, ao verem que a menina tinha talento para lidar com a língua oral, colocaram-na, aos quatro anos, a dar aulas de língua portuguesa aos surdos, nessa mesma associação.

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